Ao contrário do que muitos pensam, climatério não é sinônimo de menopausa. Climatério é o nome do período de transição entre a fase reprodutiva da mulher e a não-reprodutiva, neste período a mulher deixará de ovular. Já a menopausa é a ocasião de última menstruação da mulher, que só pode ser confirmada após se passarem 12 meses sem ocorrer menstruação.
O climatério é marcado pela redução do hormônio estrogênio, e considerando o aumento da expectativa de vida feminina, a mulher passa aproximadamente um terço de sua vida sofrendo as consequências do hipoestrogenismo. No trato urinário esse hormônio desempenha um importante papel no mecanismo de
continência urinária. Ele aumenta o trofismo da mucosa da uretra, o que
favorece a coaptação das paredes uretrais através das dobras de mucosa. Atua
também no tônus da musculatura pélvica, por meio do aumento do número e da
sensibilidade dos receptores alfa-adrenérgicos, da vascularização uretral e do
tecido conjuntivo periuretral, estimulando os fibroblastos a produzirem o
colágeno. Ou seja, a diminuição estrínica na pós-menopausa favorece a
incontinência urinária de esforço (IUE).
A IUE trata-se da perda de urina em episódios que ocorre aumento da pressão intra-abdominal como durante os atos de tossir, espirrar, agachar, levantar um peso, correr, diante de alguma fragilidade nas estruturas pélvicas. Ou seja, apesar de ser comum perdas de urina durante o climatério e principalmente após a menopausa, este sintoma refere-se a uma disfunção que necessita ser investigada tendo em vista o impacto que provoca na vida social, sexual, na autoestima e qualidade de vida da mulher.
Além da IUE é comum encontrarmos nessa fase queixas de urgência urinária, caracterizada pelo desejo imperioso de urinar; polaciúria (aumento da frequência urinária), noctúria (necessidade de acordar para urinar). Tais sintomas estão relacionados com a diminuição da capacidade vesical diante do aumento da idade e tempo de menopausa. Sugere-se ainda que a deprivação do estrogênio atuaria na propriocepção
da bexiga, a qual não suportaria acomodar maiores volumes de urina de modo
adequado.
Na presença de qualquer uma dessas disfunções miccionais o melhor a fazer é procurar ajuda profissional. Dentre os profissionais, está o fisioterapeuta especialista em reabilitação uroginecológica. Este profissional contribuirá com o diagnóstico cinético-funcional e com a reabilitação, buscando adequar a força, resistência, coordenação e função dos músculos do assoalho pélvico, bem como o adequado funcionamento vesical.
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Referência Bibliográfica
SARTORI, JP et al. Distúrbios urinários no climatério: avaliação clínica e urodinâmica. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., v.21, n.2, 1999.
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