Incontinência urinária não é um problema apenas feminino. E assim como nas mulheres a causa da incontinência urinária em homens se deve a anormalidades vesicais, esfincterianas ou a combinação de ambas.
As anormalidades vesicais que levam a perdas urinárias são a hiperatividade do detrusor (contrações involuntárias do músculo da bexiga) ou baixa complacência vesical (a bexiga não armazena urina mesmo sob baixas pressões). As anormalidades esfincterianas em homens são geralmente causadas por lesões durante cirurgia de próstata ou em menor proporção por traumas e doenças neurológicas. A lesão no esfincter pode ser por trauma direto, trauma em sua inervação, ou trauma nas estruturas de suporte. O risco de lesão no esfíncter é maior na cirurgia tipo prostatectomia radical (PTR) do que na prostatectomia simples (trans-uretral ou aberta).
Um esfíncter com sua função íntegra é capaz de resistir a aumento de pressão abdominal progressivo mantendo-se fechado e relaxar durante a micção para um esvaziamento voluntário da bexiga.
O mecanismo esfincteriano é dividido em duas unidades funcionais: esfíncter uretral proximal (colo vesical, próstata e uretra próstatica) e esfíncter uretral distal. A primeira porção é removida durante a prostatectomia, cabendo ao esfíncter uretral distal a continência urinária.
Estudos das duas últimas décadas revelaram índices de disfunção esfincteriana de 88% a 98,5%; disfunção vesical de 34% a 45% e associação de ambas de 26% a 46% em pacientes com incontinência urinária após prostatectomia radical. Os estudos que avaliaram a incontinência após Ressecçaõ trans-uretral (RTU) de próstata ou prostatectomia aberta também revelaram incidências significativas. A incidência de disfunção esfincteriana varia de 20% a 92% e a disfunção vesical entre 56% a 97%.
Os fatores de risco para incontinência urinária após prostatectomia radical incluem idade do paciente, estadiamento da doença, técnica cirúrgica, experiência do cirurgião, RTU de próstata prévia.
A fisioterapia é uma alternativa de tratamento eficaz para incontinência urinária masculina. Por meio de reeducação do assoalho pélvico com cinesioterapia, biofeedback e eletroestimulação a fisioterapia promove a diminuição das perdas urinárias devido ao aumento da força de contração da musculatura pélvica, aumento do intervalo entre as micções, diminuição do grau de incontinência e maior satisfação dos pacientes quanto à qualidade de vida.
Referências Bibliográficas:
PALMA, P.C.R. Urofisioterapia: aplicações clínicas das técnicas fisioterapêuticas nas disfunções miccionais e do assoalho pélvico. 1ª Edição. São Paulo: PERSONAL LINK Comunicações Ltda., 2009.
KUBAGAWA, L. M. et al. A eficácia do tratamento fisioterapêutico da incontinênia urinária masculina após prostatectomia. Revista Brasileira de Cancerologia. v.52, n.2, 2006.
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